28/06/2017

Sonho Oriental





Sonho-me às vezes rei, n'alguma ilha,
Muito longe, nos mares do Oriente,
Onde a noite é balsâmica e fulgente
E a lua cheia sobre as águas brilha...

O aroma da magnólia e da baunilha
Paira no ar diáfano e dormente...
Lambe a orla dos bosques, vagamente,
O mar com finas ondas de escumilha...

E enquanto eu na varanda de marfim
Me encosto, absorto n'um cismar sem fim,
Tu, meu amor, divagas ao luar,

Do profundo jardim pelas clareiras,
Ou descanças debaixo das palmeiras,
Tendo aos pés um leão familiar.

Antero de Quental



5 comentários:

  1. Um sonho bem aromatizante Maria Rodrigues!
    Lindo.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  2. Antero de Quental foi contemporâneo de Eça de Queiroz.

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  3. Olá minha amiga!
    Que linda poesia! Me fez sonhar acordada, rs
    Imagem perfeita, adorei!
    Beijos. Feliz quinta-feira !

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  4. Boa noite Maria,
    Um poema magnífico de Antero de Quintal.
    Adorei.
    Obrigada por tê-lo partilhado.
    Beijinhos,
    Ailime

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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