25/01/2011

No Fundo do Mar - Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen




No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.

Sophia de Mello Breyner Andresen




4 comentários:

  1. Maria,que maravilhosa e feliz escolha esse poema!Simplesmente lindo demais esse mar!Bjs,

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  2. Olá Maria, lindo poema que dispensa comentários. Beijos com carinho

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  3. Sabes tenho uma grande admiração por Sophia.
    BJs

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  4. Olá Maria
    Este poema fez-me retroceder no tempo, pois foram muitas as vezes que o trabalhei com as minhas crianças, na escola.
    Gosto muito da poesia da Sophia.
    Beijinhos
    Lourdes

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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